quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O QUE CONTAMINA O HOMEM É O QUE SAI DA BOCA...

O capítulo 15 do livro de Mateus relata um episódio interessante que ocorreu entre Jesus e os escribas e fariseus: Estes perguntaram ao Mestre a razão pela qual os seus apóstolos transgrediam a doutrina dos anciãos, uma vez que não lavavam suas mãos antes de comerem pão.
E como era uma característica própria do Senhor, este lhes respondeu formulando outra pergunta, pois conhecia o coração e as atitudes daqueles religiosos que só pensavam em seu próprio ventre. Indagou-lhes então Jesus: Porque vós transgredis também, o mandamento de Deus pela vossa tradição?  (Mateus 15.3).
Sendo Cristo sabedor que toda aquela preocupação demonstrada por aquele grupo religioso, era puramente carnal, pois enquanto atentavam para o exterior do homem, no seu interior não havia nenhuma preocupação com a pureza e a santidade.
Mas ainda assim, Jesus, como não perdia nenhuma oportunidade para ensinar, disse à multidão: O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem (Mateus 15.11).
Porque o Senhor assegura que comer sem lavar as mãos não contamina? Porque a Palavra ensina que todo alimento é santificado, sendo recebido com ações de graças, pela Palavra de Deus e pela oração (Timóteo 4.4,5).
E é exatamente este o ensinamento que queremos enfatizar aqui: a pureza interior do homem, pois conforme a Palavra,... Ainda que o homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia (II Coríntios 4.16).
Por isso Jesus disse que, o que sai da boca procede do coração; porque do coração, provém os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. Mas comer sem lavar as mãos não contamina o homem.  (Mateus 15.19).
Em ocasião anterior Jesus já havia censurado os escribas e fariseus, e a todos os que não refreiam a língua do mal e os advertiu dizendo: O homem bom tira boas coisas do seu bom tesouro, mas o homem mau do mau tesouro tira más coisas. Porque o que há de abundância no coração, disso se fala, mas eu vos digo, que toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, por tuas palavras serás condenado (Mateus 12.35-37).
O interior do homem é conhecido através daquilo que ele fala. Jesus disse: Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Ora, se alguém conhece a verdade, que é Cristo, este é livre e falará as palavras de Cristo, não acolhendo qualquer expressão que venha fugir da verdade que Ele ensinou, mas fará como ele advertiu: Seja o vosso dizer sim, sim, não, não, o que passar disso, é de procedência maligna (Mateus 5.37).
Se, porém, alguém ainda é escravo, cujo pai é satanás, então falará conforme a vontade daquele que o escraviza, pois assim afirmou o Mestre: Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira (João 8.44).
Efésios 4.14 nos exortam para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que, com astúcia, enganam dolosamente.
E não convém ao servo, guardar no coração tudo que ouvir, sem antes buscar a confirmação na Palavra para que não seja abatido e sucumbido pelo engano de homens corruptos. Observe em II Timóteo 3.1-7, uma palavra que se refere aos pregadores fraudulentos:
Nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te, porque nunca podem chegar ao conhecimento da verdade.
Portanto, amados irmãos, tenhamos zelo e cuidado para com o nosso homem interior e, não sejamos como os hipócritas aos quais, Jesus advertiu dizendo:
 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois, que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia (Mateus 23.27).
                                    A LINGUA CONTAMINA
A língua é um pequeno membro e se gloria de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo, como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno (Tiago 3.5-12).
Mais uma vez, estamos diante de um texto da Palavra de Deus, que para compreendermos o seu significado, precisamos do auxilio do Senhor, através do seu Espírito Santo que em nós habita, a fim de sermos esclarecidos a respeito das coisas espirituais, não vislumbrando a verdade contida nele tão somente com os olhos da carne, mas que os olhos do nosso entendimento permaneçam iluminados por aquele que conhece todas as coisas.
Tentando interpretar o que está registrado nos versículos acima, alguém até, poderia perguntar: Mas não foi Deus quem fez a língua e a pôs entre os nossos membros? Como algo que o próprio Criador nos deu, pode ser comparado, a um mundo de iniqüidade?
A palavra língua aqui, não está se referindo tão somente ao órgão localizado na boca, cuja função é nos ajudar no processo de digestão dos alimentos, proporcionar o paladar e auxiliar na fala. O entendimento desta palavra, dentro deste texto bíblico, é muito mais profundo que isto; e está intimamente ligado à própria natureza pecaminosa do ser humano.
Diz a bíblia que, toda natureza, tanto de bestas feras como de aves, repteis, animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana, mas nenhum homem pode domar a língua, pois é um mal que não se pode refrear, está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos a semelhança de Deus. De uma mesma boca procede à benção e maldição (Tiago 3:7-9).
Dizer que nenhum homem é capaz de refrear a sua língua, não é abrir precedentes para pecarmos através dela alegando que a própria palavra nos ampara com relação à nossa incapacidade de domar a língua. Na verdade, este tipo de informação, que a bíblia nos dá, nada mais é do que um alerta, para que estejamos cientes, de que em nenhuma hipótese devemos confiar em nós mesmos, pois não é só a nossa língua que é difícil de dominarmos, mas toda a nossa carne, a qual necessita ser crucificada para o mundo.
A língua, por si só, não possui mal algum, pelo contrário, podemos usá-la, para bendizer ao Deus que nos fez, e com ela também, confessarmos a Jesus Cristo diante dos homens, a fim de que no tempo devido, o filho nos confesse diante do Pai.
Mas para que isto aconteça, todo o nosso ser deve ser santificado ao Senhor, e não somente a língua, mas todo o corpo, alma e espírito, devem estar debaixo do Senhorio de Cristo, uma vez que, sem ele nada podemos: porque nele vivemos; e nos movemos; e existimos... (Atos 17.28).
Os ímpios dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; são nossos os lábios; quem é Senhor sobre nós? (Salmo 12.4).
Enquanto os justos optam por dizer: Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca entoará o teu louvor (Salmo 51.15).
Por ventura deita alguma fonte de um mesmo manancial de água doce e água amarga? Pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim, tão pouco pode uma fonte dar água salgada e doce (Tiago 3.11, 12)
Se alguém cuida ser religioso e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração e a religião desses é vã (Tiago 1.26).
                                          O EXEMPLO DE UM JUSTO
Mateus 1.18-21 Relata que, estando Maria desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo; então José, seu marido, como era justo, e não queria difamá-la, intentou deixá-la secretamente.
 E projetando ele isto, eis que lhe apareceu em sonho um anjo do Senhor dizendo: José, não temas receber sua mulher, porque o que nela está é gerado do Espírito Santo; e dará a luz um filho e chamarás o seu nome Jesus, porque Ele salvará o seu povo de seus pecados.  
Observem a sabedoria de um servo temente a Deus: José, descente de Davi, homem justo, notando que a sua mulher estava grávida mesmo antes de se ajuntarem, projetou em seu coração separar-se dela secretamente, sem fazer qualquer comentário difamatório a respeito de sua reputação.
Ainda que a lei de Moisés previsse apedrejamento para adúlteros, mas José, por temor a Deus; obediência e sabedoria espiritual, não manifestou publicamente a sua insatisfação diante da situação embaraçosa e constrangedora que se encontrava. Imaginemos então, se José viesse a revelar a misteriosa gravidez de Maria, sem conhecer o propósito do Pai Altíssimo para salvar o homem do pecado e da morte?
José não agiu com maledicência, mas com sabedoria, porque o homem maledicente, ainda não se despiu do velho homem, mas permanece com os seus feitos, e se corrompe a cada dia pela concupiscência do engano. Já o nascido de Deus sabe muito bem o poder destruidor da língua maliciosa; reconhece que seu veneno é mortal; por isso, por amor e temor ao Justo Juiz, guarda a sua língua do mal.
Diz a palavra que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Salmo 111.10), e com os humildes está a sabedoria (Provérbios 11.2), Por isso irmão não nos convém acusar, difamar, ou julgar quem quer que seja, porque o Senhor alertou: Não julgueis e não sereis julgados, não condeneis e não sereis condenados (Lucas 6.37).
                                 GUARDA A TUA LINGUA DO MAL
 Quem quer amar a vida e ver os dias bons, refreie a sua língua do mal e os seus lábios não falem engano (Pedro 3.10).
Não faleis mal uns dos outros, porque quem fala mal de um irmão, e julga a seu irmão, fala mal da Lei, e julgas a Lei, e se tu julgas a Lei, já não és observador da Lei, mas juiz. Há um só legislador e um juiz que pode salvar e destruir. Tu, porém, quem és que julgas a outrem?”. Tiago 4.11, 12.
Há Alguns, cujas palavras são como ponta de espada, mas a língua do sábio é saúde (Provérbios 12.18).
O capítulo 15 do livro dos salmos relata que herdarão a vida eterna, aqueles que andam em sinceridade; que praticam a justiça e falam a verdade, segundo o seu coração; aqueles que não difamam com a sua língua, nem fazem mal ao seu próximo e honram os que temem ao Senhor. Quem faz isto, nunca será abalado.
Louvai ao Senhor!

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