quinta-feira, 28 de junho de 2012

AS DUAS ESPADAS

Cristo, ao iniciar o seu Reino, escolheu doze apóstolos dentre os discípulos, lhes revestiu com virtudes e poder para expulsar demônios, curar enfermos, porém lhes ordenou que, nada levassem pelo caminho, porque não precisam preocuparem-se com o provimento do sustento e outras necessidades cotidianas, porque o Mestre lhes deu a penhor da sua Palavra, que toda falta seria suprida, pelo poder do Altíssimo a quem amamos e servimos.
Depois disso, designou o Senhor ainda outros setenta e mandou-os adiante da sua face, de dois em dois, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir.
E dizia-lhes: Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos; rogai, pois, ao Senhor da seara que envie obreiros para a sua seara. (Lucas 10.1...). E lhes enviou da mesma forma, e a ordenança permaneceu, que nada levassem pelo caminho.
E pelo nome do Senhor Jesus, os seus Apóstolos expeliram demônios, curaram enfermos, realizaram obras maravilhosas e muitos milagres. E voltaram os setenta com alegria, dizendo: Senhor, pelo teu nome, até os demônios se sujeitaram a nós.
Mas ao aproximar a sua hora, momentos antes de ser entregue aos homens para que se cumprissem as escrituras, o Senhor Jesus chamou os doze novamente e lhes questionou dizendo: Quando vos mandei sem bolsa, alforje, ou alparcas, faltou-vos porventura alguma coisa? Eles responderam: Nada.
Disse-lhes, pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o seu vestido, e o que não tem espada, venda e compre-a.
Porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra àquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento. E eles disseram: Senhor, eis aqui duas espadas. E Ele lhes disse: Basta (Lucas 22.35 a 38).
Apreciem a grandeza do poder e a infinita sabedoria do Senhor Jesus. No princípio, o Senhor ordenou aos seus obreiros que nada levassem pelo caminho. E, quando o seu Reino aqui na terra já estava se findando, Ele reuniu novamente os seus discípulos, e lhes perguntou se haviam passado alguma necessidade durante a missão que lhes fora preceituada.
Eles responderam naturalmente que não. Porém, Jesus já sabia que alguém, por desobediência, havia ignorado a ordenança que lhes fora imposta para que nada levassem pelo caminho, para tanto Ele os advertiu severamente, dizendo: Aquele que tiver bolsa, alforje, túnica, vende-os e compre espada. Alguém respondeu que já possuíam duas espadas, então Ele disse: Basta.
Mas porque o Senhor os mandou vender justamente os objetos que Ele havia ordenado que não levassem na missão, e comprassem espada? E quando responderam que já possuíam duas espadas, Ele disse: Basta.
Basta porque a ordem para comprar espada não era para todos, mas especificamente para os que não guardaram a sua Palavra. Cristo não intencionava e nem precisava andar com um grupo armado, pois Ele disse a Pilatos: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui.
O Senhor afirmou também, que poderia orar ao Pai e Ele lhe daria mais de doze legiões de anjos (Mateus 26.53). Mas como, pois, se cumpririam as escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?
Em reflexão no início do nosso estudo, observamos que o Senhor os revestiu de virtudes e poder sobre os demônios e enfermidades, porém, havia uma condição para que essa unção permanecesse sobre eles: Que guardassem a sua Palavra, mas alguém havia desprezado o mandamento do Senhor, e possuía não só o que fora ordenado que não levassem, mas até espadas.
O Senhor conhece o coração dos seus, porém o pecado faz divisão, forma uma barreira entre a criatura e o Criador. E o desobediente havia perdido as virtudes do Senhor, então precisavam da espada para se defenderem.
O exemplo da indisciplina está no comportamento e atitude ilícita de Judas Iscariotes, e a Palavra relata que ele possuía bolsa e roubava tudo o que ali se colocava (João 12.6). E hoje, existem pregadores afirmando que Jesus recebia ofertas, e que Judas era o tesoureiro, mas a Palavra o qualifica como ladrão. O exemplo de Judas não pode ser adotado por alguém que tem compromisso de servir a Deus, pois a Palavra o chama filho da perdição.
As escrituras relatam também, que na antiguidade um homem de Deus, o rei Davi, também incorreu na desobediência e foi aconselhado a adotar uma espada. É evidente que a desobediência de Davi não fora ao extremo do caráter de Judas, porem Davi, por desprezar a Palavra do Senhor, fazendo mal diante dos seus olhos, tomou a mulher do guerreiro Urias para si, e grande foi a ira do Senhor sobre ele.
Então disse o Senhor a Davi: Agora, pois, não se apartará a espada jamais da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para que te seja por mulher (II Samuel 12.10).
É oportuno recordar que a ordenança de Cristo para anunciar o seu Evangelho de graça e não levar nada pelo caminho permanece, porque não houve contra ordem em nenhum livro do Evangelho; porém o que observamos hoje, que os homens continuam insubordinando-se à Palavra do Deus vivo, levando bagagem e tirando proveito da aspersão do sangue inocente de Cristo, na cruz do Calvário.
Ao receberem a ordenança para anunciar o Evangelho, não levem nada pelo caminho, não possuam ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; nem alforjes, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão, porque digno é o operário do seu alimento.
Não saiam por aí tomando o que não lhes é permitido, antes ouçam a Palavra do Senhor, para que o amanhã, não lhes seja necessário como o desobediente Judas, também ser-lhes ordenado a comprar espada.
Não sejam imitadores de Judas Iscariotes, o qual por trinta moeda de pratas traiu ao Senhor e, hoje, homens corruptos comercializam o sangue e o sacrifício de Cristo na cruz por qualquer preço.
Em II Coríntios 12.14, 17 e 18, Paulo declarou: Eis que pela terceira vez estou pronto para ir ter convosco, e não vos serei pesado, pois que não busco o que é vosso mas sim a vós, porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos.
Porventura, aproveitei-me de vós por algum daqueles que vos enviei? Roguei a Tito, e enviei com ele um irmão. Porventura Tito se aproveitou de vós? Não andamos porventura no mesmo espírito, sobre as mesmas pisadas?
Eis o conselho e a exortação do homem de Deus, para que nós o imitamos, conforme ele foi imitador de Cristo em sua perfeição, realizado a obra por Cristo ordenada, nunca foi pesado a ninguém, nem procurou buscar coisas alheias, mas a sua única preocupação sempre foi salvar almas para o Reino do Senhor, exemplificando em si mesmo, a forma como deve andar o servo de Deus para fazer a santa e gloriosa vontade do seu Senhor.
Louvai ao Senhor!

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